Nos últimos 12 anos, a participação de pessoas com 60 anos ou mais no mercado de trabalho brasileiro aumentou consideravelmente, superando a de jovens e adultos. De acordo com dados do IBGE, houve um acréscimo de três milhões de pessoas nessa faixa etária que estão ativas no trabalho, alcançando o pico de 8 milhões no segundo trimestre deste ano. Essa mudança desafia a visão tradicional de que produtividade está atrelada à juventude, evidenciando a crescente importância da experiência no cenário econômico.
A nova realidade do mercado de trabalho revela que, embora muitos indivíduos com mais de 60 anos estejam se inserindo no emprego, isso geralmente ocorre em funções de baixa qualificação e com alta taxa de informalidade. Um motorista de aplicativo, por exemplo, destaca que a necessidade financeira o leva a trabalhar longas horas, uma situação comum entre muitos que buscam sustentar suas vidas após a aposentadoria. O cenário demonstra que muitos não se sentem prontos para parar e buscam continuar ativos.
Especialistas, como a professora Gisela Castro, defendem que a percepção sobre a idade no ambiente de trabalho precisa ser revista. A ideia de que 40, 50 ou 60 anos são sinônimos de velhice é ultrapassada, especialmente em um mundo onde artistas e profissionais continuam ativos muito além dessas idades. Essa mudança de perspectiva é fundamental para aproveitar a contribuição significativa que as pessoas mais velhas podem oferecer à economia, mesmo diante dos desafios que o envelhecimento da população traz para a saúde pública e previdência.