O recente ataque israelense que resultou na morte de um líder do Hezbollah teve um impacto significativo na política interna de Israel, especialmente para o primeiro-ministro. O professor de relações internacionais Vitélio Brustolin observa que a ação militar, embora controversa, ajudou a aumentar a popularidade de Netanyahu, que enfrentava um declínio antes do ataque do Hamas em outubro. Além disso, a situação gerou um aumento no número de refugiados israelenses no norte do país devido à escalada de conflitos na fronteira.
Brustolin também destaca a crescente ameaça representada pelo arsenal do Hezbollah, que passou de cerca de 15 mil para estimativas entre 100 e 150 mil foguetes e mísseis desde 2006. Embora Netanyahu afirme que Israel conseguiu eliminar parte desse arsenal, o restante ainda representa um risco considerável, especialmente se utilizado em um ataque simultâneo. Essa dinâmica complexa ressalta os desafios de segurança enfrentados por Israel, além da necessidade de uma estratégia eficaz para lidar com a crescente influência do Hezbollah na região.
Por fim, a situação geopolítica se torna ainda mais delicada com as ambições nucleares do Irã, que, segundo o professor, está próximo de desenvolver sua primeira arma nuclear. Esse cenário poderia alterar o equilíbrio de poder no Oriente Médio, enquanto Israel continua a expressar forte oposição ao programa nuclear iraniano. A sucessão no Hezbollah, portanto, não é apenas uma mudança de liderança, mas um evento que pode ter implicações duradouras nas relações e conflitos regionais.