Em meio a debates sobre a possível reintrodução do horário de verão no Brasil, 26 cientistas da área de cronobiologia manifestaram-se contrários à medida, apontando que os potenciais danos à saúde podem superar as supostas economias de energia. Historicamente, a mudança de horário foi justificada pela busca de alinhar as atividades diárias às horas de luz natural, mas os pesquisadores alertam que essa alteração prejudica a sincronização dos ritmos biológicos humanos, essenciais para funções como sono, apetite e humor.
Os especialistas destacam que a introdução do horário de verão pode causar dificuldades significativas na adaptação, resultando em problemas de saúde. Eles citam distúrbios do sono, aumento de eventos cardiovasculares, transtornos mentais e cognitivos, além do aumento de acidentes de trânsito nos primeiros dias após a mudança como alguns dos efeitos negativos. Um estudo de 2017 da Universidade Federal do Rio Grande do Norte revelou que mais de 50% dos entrevistados relataram desconforto durante a transição para o novo horário.
Os cientistas enfatizam que sua posição é fundamentada em evidências científicas e não em preferências políticas, defendendo que o ideal é evitar alterações de horário para preservar a saúde e o bem-estar da população. A manutenção dos horários regulares promoveria um alinhamento melhor entre os ritmos biológicos e os horários sociais e ambientais, contribuindo para uma sociedade mais saudável e equilibrada.