A China anunciou o lançamento bem-sucedido de um míssil balístico intercontinental (ICBM) com uma ogiva fictícia, que caiu no Oceano Pacífico. O teste, realizado em 25 de setembro, foi descrito pelo Ministério da Defesa como parte de um treinamento anual e rotineiro. No entanto, analistas destacam que esta é a primeira vez desde 1980 que um ICBM é lançado em águas internacionais, levantando questões sobre a veracidade dessa alegação de rotina, especialmente em um contexto de crescente tensão entre a China e seus vizinhos, como Japão e Filipinas.
O governo japonês expressou preocupação, afirmando que não recebeu aviso prévio sobre o lançamento do míssil, ao contrário do que alegou a mídia estatal chinesa. O Japão, que já havia tomado medidas de defesa em resposta a incursões aéreas chinesas, continua a monitorar de perto as atividades militares da China na região. A tensão entre os países asiáticos, particularmente em relação a Taiwan e às disputas no Mar do Sul da China, também se intensificou recentemente, evidenciando a complexidade da situação de segurança regional.
Além disso, especialistas sugerem que o teste pode ter sido uma demonstração de poder da China em resposta a tensões com os Estados Unidos e na região. O Pentágono estima que a China possua cerca de 500 ogivas nucleares, das quais aproximadamente 350 são ICBMs, e projeta que esse número pode ultrapassar 1.000 até 2030. Essa crescente capacidade militar, combinada com a recente suspensão das negociações sobre controle de armas nucleares com Washington, ressalta a importância de vigilância e diplomacia nas relações entre a China e outros países da região.