O complexo penitenciário de Tremembé, em São Paulo, tem se destacado como um dos destinos preferidos de detentos de alta visibilidade, devido às suas condições consideradas superiores em relação a outras unidades prisionais do país. O jornalista Ulisses Campbell, especializado em true crime, descreveu em entrevista que o complexo é composto por cinco penitenciárias, sendo duas delas modelos, onde o regime semiaberto permite uma rotina que inclui atividades como cultivo de horta orgânica e acesso a academia.
O ambiente da penitenciária feminina é retratado como quase bucólico, o que contrasta com a realidade geral do sistema prisional brasileiro. Segundo Campbell, a Secretaria da Administração Penitenciária de São Paulo seleciona presos de mídia para essa unidade, proporcionando a eles um tratamento diferenciado que levanta questões sobre a equidade no sistema penal. A escolha por esses detentos pode ser vista como uma forma de segregação baseada na notoriedade de seus crimes.
A discussão sobre as condições em Tremembé e o tratamento distinto dado a certos detentos provoca um debate mais amplo sobre a justiça e a penalidade no Brasil. Campbell enfatiza a importância de documentar esses casos emblemáticos, pois eles fazem parte da história do país, ao mesmo tempo em que a sociedade continua a consumir narrativas sobre crimes notórios através de diversas mídias. O fascínio por essas histórias reflete uma complexa relação entre crime, punição e interesse público.