O Banco Central do Brasil, em seu Relatório Trimestral de Inflação, indicou que a inflação acumulada em doze meses deverá permanecer próxima ao limite superior do intervalo de tolerância nos próximos meses, impulsionada por taxas mensais mais altas. Como consequência, a trajetória prevista para a taxa Selic é de aumento nas próximas reuniões, diferentemente da manutenção sugerida no relatório anterior. A inflação deve apresentar uma trajetória de alta no segundo e terceiro trimestres de 2024, mas espera-se que comece a declinar, embora ainda se mantenha acima da meta de 3,00%.
No cenário projetado, a inflação acumulada em quatro trimestres deve recuar de 4,6% em 2023 para 4,3% em 2024, alcançando 3,3% em 2026. No entanto, as projeções de inflação foram elevadas em todo o horizonte apresentado, refletindo uma crescente distância em relação à meta. A revisão para cima das projeções varia de 0,1 a 0,5 ponto percentual, destacando um aumento significativo na expectativa de inflação em comparação aos relatórios anteriores e à reunião do Copom em julho.
A elevação nas projeções de inflação é atribuída a uma atividade econômica mais forte do que o esperado, à depreciação cambial e ao aumento das expectativas inflacionárias. O hiato do produto foi reavaliado para um cenário positivo, passando de valores em torno da neutralidade para um hiato estimado em cerca de 0,5% no segundo e terceiro trimestres de 2024. Essa reavaliação reflete a influência de condições monetárias restritivas e a necessidade de o Copom considerar diferentes cenários devido à elevada incerteza nas estimativas do hiato do produto.