O presidente do Banco Central, em coletiva de imprensa, destacou três fatores que levaram ao início do ciclo de aperto monetário: a situação do mercado de trabalho, a revisão para cima do crescimento econômico e o aumento das expectativas de inflação. Com a recente elevação da taxa Selic de 10,50% para 10,75%, o Comitê de Política Monetária (Copom) enfatizou que a magnitude futura desse ciclo dependerá de dados econômicos, evitando fornecer diretrizes definitivas.
Campos Neto abordou a recente divulgação do IPCA-15 de setembro, que ficou abaixo das expectativas do mercado, classificando-o como um resultado positivo, mas que não altera a estratégia do Banco Central. Ele ressaltou que as decisões tomadas estão fundamentadas em uma análise abrangente e não apenas em dados de curto prazo, o que indica uma abordagem cautelosa e focada em tendências mais amplas.
Além disso, o presidente do Banco Central comentou sobre as revisões das estimativas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, que ele projeta entre 2% e 2,5%. Embora a economia mostre sinais de aquecimento, que poderiam impactar a inflação via repasse cambial, ainda não há evidências concretas desse fenômeno. Essa análise demonstra a complexidade e os desafios enfrentados pela instituição em um cenário econômico dinâmico.