O Banco Central do Brasil, em seu Relatório Trimestral de Inflação (RTI) publicado em 26 de setembro, apresentou uma análise detalhada sobre os riscos de baixa para a inflação. A instituição aponta que a economia global está passando por uma desaceleração moderada, e um arrefecimento mais acentuado pode gerar uma pressão desinflacionária, especialmente nos preços de commodities e bens transacionáveis. A diminuição da atividade econômica mundial pode levar os bancos centrais de economias avançadas a adotarem cortes de juros mais significativos, o que, segundo o BC, pode beneficiar moedas emergentes.
Entre os fatores destacados, o Banco Central enfatiza a situação econômica da China, que enfrenta um crescimento cada vez mais lento e problemas estruturais, como a desconexão entre a demanda interna e a capacidade produtiva, além de uma contração no setor imobiliário. Esses desafios podem impactar negativamente as dinâmicas econômicas globais, exigindo atenção especial das autoridades financeiras brasileiras.
Além disso, o Banco Central menciona que os efeitos do aperto monetário na desinflação global podem ser mais intensos do que o previsto. Com as taxas de juros globais em níveis restritivos por um período prolongado, os impactos cumulativos podem se traduzir em uma pressão inflacionária externa mais leve para a economia brasileira. Isso indicaria uma possível oportunidade para o país, ao lidar com um cenário de menor pressão inflacionária proveniente do exterior.