O Banco Central do Brasil anunciou, juntamente com o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) divulgado em 26 de setembro, uma mudança significativa na comunicação de suas projeções de inflação. A partir de agora, as projeções serão fixadas em um horizonte de dez trimestres, ao invés do anterior que se estendia até o último ano calendário com meta definida. Essa alteração é um ajuste à implementação da meta contínua, aprovada pelo Conselho Monetário Nacional e que entrará em vigor em janeiro de 2025. O novo formato é considerado mais adequado à dinâmica da meta contínua, com uma comunicação mais clara e uma atualização suave das projeções.
A escolha de um horizonte de dez trimestres, segundo a autoridade monetária, se baseia na necessidade de uma análise mais abrangente da inflação ao longo do tempo, permitindo observar a convergência das taxas inflacionárias. A instituição também destacou que a incerteza das projeções aumenta à medida que o horizonte se estende, especialmente em economias emergentes como o Brasil. Este novo método visa evitar a descontinuidade que era característica do sistema de ano-calendário anteriormente utilizado, proporcionando uma abordagem mais estável.
Com essa mudança, o atual RTI apresenta previsões de inflação até o primeiro trimestre de 2027, com a próxima edição, em dezembro, trazendo projeções até o segundo trimestre do mesmo ano. A estrutura de dez trimestres está alinhada com as práticas de outros países que adotam horizontes de tamanho fixo, variando entre oito e doze trimestres. O Banco Central ressaltou que a nova governança pode ser revisitada caso a situação exigir, mantendo assim um compromisso com a eficácia da política monetária.