O governo do Azerbaijão, que será o anfitrião da COP29 em novembro, anunciou um financiamento para permitir a participação de representantes de pequenos países insulares em desenvolvimento nas negociações climáticas. Essa iniciativa tem como objetivo garantir que essas nações, que enfrentam os impactos mais severos das mudanças climáticas, estejam representadas no evento. O financiamento cobrirá passagens aéreas, hospedagem e diárias para até quatro representantes de cada país, complementando o suporte já oferecido pelo Fundo Fiduciário para Participação da ONU.
A decisão do Azerbaijão ocorre em um contexto de críticas sobre os altos custos de estadia em Baku durante a COP29, uma questão que já havia sido levantada anteriormente. Os pequenos países insulares estão sob crescente ameaça devido ao aumento do nível do mar, colocando em risco sua sobrevivência. No entanto, a proposta de apoio vem de um país que, segundo análises, tem comprometimentos climáticos considerados insuficientes, com uma recente revisão de sua Contribuição Nacionalmente Determinada que indica um aumento na produção de combustíveis fósseis e uma possível elevação nas emissões de gases de efeito estufa.
Além disso, um estudo recente apontou que o Azerbaijão, junto com outros países, planeja aumentar a extração de petróleo e gás, contradizendo as recomendações para a redução das emissões. Críticos destacam que a expansão da produção de combustíveis fósseis é incompatível com os objetivos globais de limitar o aquecimento a 1,5°C. Essa situação levanta questões sobre a coerência entre as promessas de apoio e as ações práticas do Azerbaijão na luta contra a crise climática, à luz dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU.