Os tratamentos inovadores para a obesidade, que ganharam destaque recentemente, não são soluções milagrosas e devem ser usados apenas por razões de saúde, conforme alertam os cientistas envolvidos em sua criação. O Prêmio Lasker, frequentemente visto como precursor do Nobel, foi concedido a um trio de pesquisadores que contribuiu para a compreensão da obesidade como uma doença metabólica, resultando no desenvolvimento de medicamentos eficazes como Ozempic e Wegovy. Esses tratamentos, inicialmente voltados para a diabetes tipo 2, passaram a ser amplamente utilizados para perda de peso, despertando preocupações sobre seu uso inadequado.
A descoberta do hormônio GLP-1, que ajuda na regulação dos níveis de glicose e na sensação de saciedade, foi fundamental para a eficácia dos novos medicamentos. Inicialmente, os pesquisadores não previam a aplicação do GLP-1 para o tratamento da obesidade, mas, por meio de ensaios clínicos, notaram sua capacidade de induzir perda de peso. A pesquisa ao longo de várias décadas revelou que o GLP-1 retarda o esvaziamento gástrico e influencia o cérebro, abrindo novas possibilidades para o manejo da obesidade.
Os laboratórios farmacêuticos estão explorando maneiras de aumentar a duração do GLP-1 no corpo, o que poderia expandir ainda mais seus benefícios. Além do tratamento da obesidade, investigações estão sendo realizadas para potencializar seu uso em condições como apneia do sono e doenças neurodegenerativas. A cientista Svetlana Mojsov destaca que a pesquisa atual busca desenvolver medicamentos que possam abordar múltiplas condições de saúde, superando a abordagem tradicional de um fármaco para cada doença.