Entre janeiro e agosto de 2024, o Brasil queimou 11 milhões de hectares, conforme relatório do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) e da rede MapBiomas. O número representa um aumento alarmante em comparação com o ano anterior, com 2,8 milhões de hectares queimados em grandes propriedades rurais, um crescimento de 163%. As Florestas Públicas Não Destinadas (FPNDs) foram particularmente afetadas, registrando um aumento de 176%, totalizando 870 mil hectares queimados. Além disso, Terras Indígenas e Unidades de Conservação também enfrentaram um aumento nas queimadas, destacando a crescente pressão sobre terras públicas.
O relatório ressalta que um terço da área afetada por incêndios era composta por vegetação nativa, um aumento considerável em relação a anos anteriores, onde apenas 12% da área atingida era de vegetação nativa. Em agosto de 2024, houve um crescimento de 132% na área de floresta nativa queimada em comparação ao mesmo mês de 2023, totalizando 685.829 hectares. As condições climáticas, como a seca e o calor, têm tornado as florestas mais vulneráveis a incêndios, alterando o cenário tradicionalmente úmido da Amazônia.
Os dados alarmantes evidenciam a necessidade urgente de políticas eficazes para a gestão e proteção das terras, essenciais para a conservação ambiental e para os modos de vida das comunidades tradicionais e indígenas. Com as Florestas Públicas Não Destinadas registrando o maior aumento em queimadas, o relatório enfatiza a importância de ações que garantam a proteção desses territórios, especialmente em um contexto de mudanças climáticas e aumento da vulnerabilidade das florestas.