O preço do leite pago ao produtor registrou uma alta em agosto, fechando a R$ 2,7607 o litro, um aumento de 1,4% em relação a julho e 17,7% em comparação ao mesmo mês do ano anterior. Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), essa elevação se deve a uma combinação de fatores, incluindo a oferta abaixo do esperado, as queimadas que afetaram a produção, e a diminuição nas importações de lácteos, que caiu 25,2% em agosto. As condições climáticas adversas, como as enchentes no Sul e o calor na entressafra, também contribuíram para a limitação na oferta.
Apesar do aumento significativo no preço do leite em 2024, a média acumulada de janeiro a agosto deste ano é 8,4% inferior ao mesmo período de 2023. A pesquisa do Cepea indica que a produção de leite não se recuperou conforme o esperado, e os estoques nas indústrias estão abaixo do normal, afetando a oferta do produto. A analista Natália Grigol destaca que o consumo permanece firme, mas a escassez de lácteos pode intensificar o movimento de alta nos preços entre setembro e outubro.
O cenário de preços em alta é contrastado por um primeiro semestre em que a média do litro ficou em R$ 2,46, uma queda de 14,3% em relação ao ano anterior. As dificuldades das indústrias em manter margens de lucro, aliadas a um aumento na oferta, foram fatores que limitaram a valorização do leite. A expectativa de que os preços continuariam a subir foi frustrada devido ao impacto contínuo das queimadas e das variações climáticas, que desestabilizaram a produção nacional.