O vírus sincicial respiratório (VSR) é uma das principais causas de infecções respiratórias em recém-nascidos e bebês nos primeiros meses de vida. Tradicionalmente, sua circulação no Brasil ocorre durante o outono e o inverno, mas, desde 2023, o país vem registrando um aumento nas hospitalizações infantis fora desse período sazonal. Especialistas alertam que a transmissão do vírus muitas vezes ocorre por irmãos em idade escolar, refletindo um novo padrão de disseminação após o relaxamento das restrições da pandemia de covid-19.
Para proteger os bebês mais vulneráveis, está sendo promovido o uso de um anticorpo monoclonal, o nirsevimabe, que deve ser administrado em dose única a recém-nascidos e bebês de até 12 meses. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já autorizou o uso do medicamento, que será introduzido no país em breve. Embora a proposta inicial seja aplicá-lo no início da primeira temporada de VSR do bebê, alguns profissionais defendem que ele esteja disponível durante todo o ano, dada a crescente incidência de casos fora da sazonalidade.
Além da imunização passiva proporcionada pelo anticorpo monoclonal, especialistas ressaltam a importância de evitar aglomerações e visitas frequentes a recém-nascidos, que necessitam de proteção especial. Diferente das vacinas, que estimulam o corpo a produzir anticorpos, o anticorpo monoclonal oferece proteção imediata, apresentando menos reações adversas, o que o torna uma alternativa viável para enfrentar a gravidade das infecções por VSR desde os primeiros dias de vida.