Milhares de franceses foram às ruas neste sábado (7) para protestar contra a decisão do presidente Emmanuel Macron de nomear Michel Barnier, ex-comissário europeu e político de direita, como novo primeiro-ministro. As manifestações, que contaram com cerca de 150 eventos programados em todo o país, foram inicialmente organizadas por grupos estudantis e receberam apoio de ONGs e do partido de esquerda A França Insubmissa (LFI). O protesto ganhou força após a nomeação de Barnier, em descontentamento com a escolha de um político de um partido com apenas 6% dos votos nas eleições legislativas.
Os manifestantes criticam Macron por ter ignorado o resultado das eleições de julho, nas quais a Nova Frente Popular, um agrupamento de partidos de esquerda, venceu e indicou Lucie Castets para a chefia do governo. A insatisfação aumentou com a nomeação de Barnier, que é visto como um representante da direita, e também se estendeu às centrais sindicais e outros grupos de esquerda que se sentiram desconsiderados pela decisão presidencial.
Em sua primeira entrevista após a nomeação, Barnier destacou que suas prioridades serão o controle dos fluxos migratórios, a melhoria dos salários e a não ampliação da dívida nacional. Ele também mencionou a saúde e a habitação como temas importantes e prometeu formar um governo inclusivo, que não será exclusivamente de direita e que estará aberto a negociações com representantes de todas as partes políticas.