O analista de relações internacionais Lourival Sant’Anna afirmou que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, não tem intenção de utilizar armas nucleares no conflito com a Ucrânia, considerando essa uma ameaça antiga e vazia. Sant’Anna destacou que, apesar da Rússia possuir o maior arsenal nuclear do mundo, há incertezas quanto à sua prontidão e manutenção, monitoradas pela OTAN. O analista acredita que o uso dessas armas teria consequências devastadoras, não apenas para a Ucrânia, mas também para a própria Rússia, devido à proximidade geográfica.
Segundo Sant’Anna, a lógica estratégica de Putin o impede de adotar uma postura niilista, já que a utilização de armas nucleares colocaria em risco seu regime e sua segurança pessoal. Ele ressalta que a intenção de Putin é garantir sua própria autopreservação, e qualquer uso de armamento nuclear poderia resultar na resposta imediata e destrutiva da OTAN, o que poderia levar ao colapso do governo russo. A análise indica que, atualmente, não há possibilidade de uma guerra nuclear, mas a Rússia continua a causar danos significativos à população civil ucraniana.
Além das questões estratégicas, Sant’Anna explicou que as ameaças nucleares fazem parte de uma estratégia de guerra psicológica, visando pressionar democracias ocidentais como os Estados Unidos e o Reino Unido. O objetivo é criar um clima de medo que influencie a opinião pública e, consequentemente, leve esses países a reduzir seu apoio à Ucrânia. Com a chegada do inverno, a preocupação com os ataques à infraestrutura energética ucraniana se intensifica, sendo uma tática para provocar ainda mais sofrimento à população civil.