A recente seca em Manaus tem revelado o acúmulo de lixo nos igarapés, onde a diminuição do nível das águas expõe resíduos sólidos e a formação de espuma branca, resultante da poluição. Neste contexto, a capital amazonense enfrenta uma situação de emergência, com o Rio Negro medindo 13,92 metros, cerca de dois metros abaixo do nível histórico. Essa realidade destaca não apenas a falta de saneamento básico, mas também os efeitos adversos da poluição nos ecossistemas locais, gerando preocupação entre moradores e especialistas.
O acúmulo de resíduos, que chega a 700 toneladas mensais nos 33 igarapés da cidade, afeta a qualidade de vida da população e o meio ambiente. A ativista ambiental Eulália Vasques ressalta que a colocação inadequada de canalizações dentro dos igarapés não é uma solução para o saneamento, mas sim um agravante que compromete ainda mais a saúde dos ecossistemas. Além disso, a presença de lixo e espuma impacta a flora e fauna da região, intensificando os desafios ambientais que já eram visíveis em anos anteriores.
Em resposta à crescente poluição, a Secretaria Municipal de Limpeza Urbana anunciou a intensificação das ações de coleta de resíduos, utilizando maquinários e botes para mitigar o problema durante a seca. No entanto, ativistas locais, como Jadson Maciel, expressam preocupação sobre a capacidade dos igarapés em suportar a carga de poluição proveniente do esgotamento sanitário nas zonas Norte e Oeste. A situação em Manaus ressalta a urgência de medidas efetivas para melhorar o saneamento básico e proteger os recursos hídricos da região.