A reestruturação do setor varejista em 2023 resultou no fechamento de 320 lojas por grandes empresas, incluindo as principais redes do Brasil. Esse cenário pode gerar um aumento significativo nos processos trabalhistas, estimando-se que a demanda por ações judiciais no setor pode ultrapassar os 16%. Especialistas alertam que as particularidades das relações trabalhistas no varejo, como comissões e prêmios, tornam este segmento mais suscetível a litígios, especialmente em um contexto de desligamentos.
As empresas estão se preparando para os impactos financeiros que esses processos podem trazer, com provisões já sendo feitas para mitigar os efeitos no caixa. Casos como o da Casas Bahia destacam a necessidade de um planejamento cuidadoso para lidar com os passivos trabalhistas, uma vez que o impacto financeiro pode se estender por até seis anos após as demissões. A empresa afirmou ter se reestruturado para enfrentar essas questões, enquanto outras redes, como a Marisa e o Magazine Luiza, têm adotado estratégias de realocação de funcionários para evitar demissões em massa.
A Americanas, por sua vez, enfrenta um cenário complexo, uma vez que suas demissões podem ser consideradas dentro dos débitos de Recuperação Judicial. A companhia informou que seus fechamentos e reaberturas de lojas estão alinhados a um plano de reestruturação com foco em rentabilidade, buscando realocar a força de trabalho para outras unidades. Esse movimento reflete uma tentativa das empresas de equilibrar suas operações em um ambiente desafiador, enquanto navegam pelas implicações legais e financeiras decorrentes das demissões no varejo.