A nova geração de satélites Starlink está causando sérias interferências nos radiotelescópios, comprometendo a capacidade dos cientistas de estudar o Universo. De acordo com um estudo realizado pelo Instituto Holandês de Radioastronomia, os satélites, que têm como objetivo fornecer internet rápida ao redor do mundo, emitem níveis de radiação que cegam os telescópios e prejudicam pesquisas em áreas como buracos negros e exoplanetas. A interferência dos satélites de segunda geração é 32 vezes maior do que a gerada pelos modelos anteriores.
Com cerca de 6.402 satélites atualmente em órbita e um número projetado para ultrapassar 100 mil até 2030, a situação está se tornando crítica. Astrônomos alertam que a radiação emitida pelos satélites está muito acima dos limites estabelecidos pela União Internacional de Telecomunicações, com algumas emissões sendo até 10 milhões de vezes mais brilhantes que fontes fracas de luz. Essa poluição luminosa não só afeta a radioastronomia, mas também pode impactar a observação em telescópios ópticos.
Os cientistas ressaltam a necessidade urgente de regulamentação no uso do espaço e nas operações dos satélites. Sugestões para mitigar o problema incluem melhorias simples, como proteção adicional nas baterias dos satélites para reduzir a radiação. Sem essas ações, a pesquisa astronômica corre o risco de enfrentar uma ameaça existencial, tornando-se cada vez mais difícil para os cientistas observar o céu como o conhecemos.