Dados recentes da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO) revelam que 64.265 pessoas aguardam um transplante de órgão no Brasil, com 2.089 casos em Goiás. O ritmo dos transplantes realizados não acompanha a crescente demanda; no primeiro semestre de 2024, 4.579 procedimentos foram efetuados, enquanto 1.210 pessoas morreram à espera de doação. A fila é liderada pela espera por rins, com 35.695 pacientes no país, e a situação se agrava com a proximidade do Dia Nacional da Doação de Órgãos, que busca aumentar a conscientização sobre a doação.
A conscientização sobre a doação de órgãos é vital, uma vez que a decisão muitas vezes recai sobre os familiares em momentos de dor. Especialistas destacam que, quando as famílias discutem abertamente o tema, a decisão de doar torna-se menos difícil. Além disso, muitos mitos e receios, como a preocupação com a estética do corpo doado ou a desconfiança em relação à equidade no sistema de saúde, dificultam a aceitação da doação. Informações precisas e empatia por parte dos profissionais de saúde são essenciais para abordar essas preocupações e incentivar mais doações.
Por fim, a legislação atual requer o consentimento familiar para a doação, o que pode ser um obstáculo, especialmente se houver discordância entre os membros da família. Não existe um documento formal que registre o desejo de ser doador, o que reforça a necessidade de conversas sobre o tema. Melhorar o processo de doação e reduzir a perda de órgãos devido à demora nas decisões familiares são pontos críticos a serem abordados. A educação e o esclarecimento sobre a doação são fundamentais para aumentar o número de doadores e salvar vidas.