A pandemia das apostas online tem se espalhado rapidamente pelo Brasil, criando desafios significativos para o controle dessa atividade, conforme aponta o sociólogo José Pastore. Diferente de pandemias tradicionais, não existem medidas eficazes que atuem como uma “vacina” contra esse fenômeno, o que torna a regulamentação e fiscalização extremamente complexas. Pastore destaca que as regras já implementadas são, muitas vezes, ineficazes e ressaltou a dificuldade de prevenir o acesso de menores de idade às apostas.
Além da questão da regulamentação, o impacto das apostas na vida das famílias, especialmente nas de renda mais baixa, é alarmante. O sociólogo ilustra esse problema ao citar casos de indivíduos que consomem grandes quantias do dinheiro familiar em apostas, evidenciando a compulsão e dependência que essas práticas podem gerar. Esse cenário agrava ainda mais a pobreza e a desigualdade social no país, levantando preocupações sobre o bem-estar das famílias afetadas.
Pastore sugere que a abordagem do Estado em relação às apostas deve ser reavaliada, comparando-a com a maneira como os narcóticos são tratados no Código Penal. Ele enfatiza a urgência de ações efetivas por parte do legislador e do poder executivo para mitigar os efeitos prejudiciais dessa nova forma de dependência, que se espalha de forma alarmante pelo Brasil, deixando um rastro de dificuldades sociais e econômicas.