O sociólogo José Pastore levantou um alerta sobre o crescimento da indústria de apostas no Brasil, comparando-a ao comércio de entorpecentes devido ao seu potencial de dependência e impacto social. Em entrevista, Pastore descreveu as apostas como uma “epidemia rápida e descontrolada”, destacando que a literatura psicológica já estabelece uma equivalência entre a dependência de jogos de azar e substâncias como a cocaína. Ele questionou se a solução para esse problema deve ser a regulamentação ou a proibição, enfatizando a complexidade da questão.
Pastore apresentou dados alarmantes que indicam que o mercado de apostas no Brasil já ultrapassa R$ 200 bilhões por ano, impactando diretamente a economia e a vida das pessoas. Segundo ele, o fenômeno das apostas está associado ao aumento da inadimplência, afetando o consumo e o crescimento econômico. Essa situação vai além de um problema psicológico, refletindo em questões sociais e econômicas mais amplas que precisam ser abordadas.
O debate sobre a regulamentação ou proibição das apostas é complicado, e Pastore levantou questões importantes sobre como controlar essa prática, quem pode participar e como identificar aqueles com compulsão. Ele advertiu que qualquer decisão deve considerar os danos que as apostas podem causar, que superam os benefícios potenciais de arrecadação. Em conclusão, o sociólogo enfatizou que a resposta a esse desafio exige uma abordagem cuidadosa e colaborativa entre as autoridades e a sociedade civil.