O presidente Andrés Manuel López Obrador e sua sucessora, Claudia Sheinbaum, compartilham um projeto político focado na quarta transformação do México, que prioriza a justiça social e a redistribuição de riqueza. Embora ambos tenham colaborado durante mais de 20 anos, e Sheinbaum seja considerada uma filha política de López Obrador, analistas apontam que a futura presidenta pode manter elementos de continuidade em seu governo, alinhando-se aos princípios estabelecidos por seu mentor, mas também mostrando um potencial para desenvolver sua própria abordagem.
As diferenças entre os dois se destacam em suas trajetórias acadêmicas e estilos de liderança. Enquanto López Obrador é um político tradicional com um estilo mais emocional e discursivo, Sheinbaum é uma cientista com um enfoque técnico, que tende a ser mais direta e cautelosa nas comunicações. Suas formações também divergem, pois Sheinbaum tem um histórico acadêmico robusto, voltado para energias renováveis e mudanças climáticas, enquanto López Obrador se originou de um contexto mais popular e social.
Com a proximidade de sua posse, Sheinbaum já anunciou a prioridade de cinco reformas que refletem o plano de seu antecessor, ao mesmo tempo em que enfatiza seu compromisso com questões ambientais, como a promoção de energias renováveis. Especialistas sugerem que, embora ela comece como uma continuadora das políticas de AMLO, é possível que sua liderança traga inovações, especialmente em áreas como a governança e a sustentabilidade, à medida que ela se estabelece no cargo.