Inaugurada em 7 de setembro de 1944, a Avenida Presidente Vargas foi um marco do Estado Novo de Getúlio Vargas, estendendo-se por 4 quilômetros e 80 metros de largura. A criação da avenida, que ligou o Centro à Zona Norte do Rio de Janeiro, resultou na demolição de importantes áreas históricas da cidade, como a Praça Onze, repleta de igrejas, sinagogas e terreiros de candomblé. O projeto, idealizado pelo arquiteto francês Alfred Agache e resgatado pelo prefeito Henrique Dodsworth, foi executado em três fases, transformando a paisagem urbana e deixando uma marca profunda na cidade.
A avenida tem sido palco de diversos eventos ao longo dos anos, desde paradas militares e desfiles de carnaval até protestos e tragédias como a Chacina da Candelária, em que várias crianças e adolescentes foram mortos. Em seus 80 anos, a Presidente Vargas se consolidou como um espaço multifacetado que também abrigou importantes bancos e instituições, embora muitos desses símbolos de riqueza tenham desaparecido com o tempo.
A transformação provocada pela construção da Avenida Presidente Vargas é vista por alguns como uma “cicatriz urbana” que dividiu a cidade, afetando profundamente a dinâmica social e cultural do Rio de Janeiro. A avenida, embora um símbolo de modernidade e progresso, carrega consigo um legado de controvérsia e impacto sobre a história local, refletindo a complexidade das mudanças urbanas e suas consequências para a comunidade.