A Venezuela enfrenta atualmente o maior número de presos políticos em quase 25 anos, com 1.780 detidos, segundo a ONG Foro Penal. A organização aponta que houve um aumento significativo nas detenções após a eleição presidencial de 28 de julho, que resultou na reeleição de Nicolás Maduro em meio a alegações de fraude pela oposição. Antes da eleição, o número de presos políticos era de 199, mas esse total subiu para 1.780 desde então.
O Conselho Nacional Eleitoral proclamou Maduro reeleito com 52% dos votos, contra 43% para seu principal adversário, Edmundo González Urrutia. A oposição, que acusou o governo de fraude e alegou uma vitória de mais de 60% dos votos, viu a eclosão de protestos que resultaram em 27 mortes, 192 feridos e mais de 2.400 detenções. O aumento das prisões começou um dia após a eleição e inclui 114 adolescentes entre os detidos.
O governo venezuelano responsabilizou González e a líder opositora María Corina Machado pela violência nos protestos, com Maduro pedindo a prisão de ambos. O procurador-geral Tarek William Saab anunciou que irá intimar González novamente, já que ele ignorou convocações anteriores. A situação continua tensa com manifestações tanto do chavismo quanto da oposição um mês após a eleição.