Uma pesquisa pioneira realizada pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) em colaboração com a Universidade do Estado do Amapá (Ueap) está sendo conduzida na Floresta Nacional do Amapá. O estudo utiliza sensores instalados no solo e nas árvores para medir o fluxo de água que é transferido para a atmosfera, com o objetivo de analisar como a floresta responde às mudanças climáticas ao longo de um ano, tanto durante períodos de chuva quanto de seca. Este projeto, coordenado pelo pesquisador Niro Higuchi, conta com o financiamento da NASA e integra a missão Soil Moisture Active Passive Mission (SMAP), que monitora alterações climáticas globais.
Os sensores instalados são alimentados por energia solar e têm a capacidade de registrar dados continuamente durante um ano. A pesquisa envolve a instalação de equipamentos para medir a umidade e a temperatura do solo, bem como a transpiração das árvores, o que permitirá uma compreensão mais detalhada da dinâmica da água na floresta e sua capacidade de sobreviver a períodos secos, especialmente durante eventos de El Niño. O doutorando Regison Oliveira do Inpa lidera a instalação dos sensores, enquanto a cientista Cristina Santos realiza estudos semelhantes na Amazônia para estimar a velocidade da água que passa pelas árvores.
O projeto também visa fornecer dados adicionais para a missão SMAP da NASA, que enfrenta desafios para calibrar suas medições devido à alta biomassa da floresta amazônica. Com a inclusão dos sensores no Amapá, a missão poderá obter informações mais precisas e abrangentes sobre a umidade do solo e o ciclo da água na região. A pesquisa representa um avanço significativo no monitoramento ambiental e na colaboração internacional para entender e preservar a Amazônia.