Uma reportagem recente da Folha de S. Paulo revelou que mensagens obtidas mostram que assessores do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, utilizaram o setor de combate à desinformação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) como um braço investigativo para selecionar alvos a serem investigados. As trocas de mensagens sugerem um fluxo irregular de informações entre os tribunais, com pedidos de levantamentos e elaboração de relatórios para embasar medidas criminais contra apoiadores do presidente Bolsonaro.
A matéria destaca que os procedimentos realizados pelo gabinete de Moraes foram feitos de forma extraoficial e que os relatórios elaborados pelo TSE foram enviados ao STF para embasar investigações sobre fake news e milícias digitais. O texto publicado pela Folha de S. Paulo também revela que parte desses documentos foi utilizada para fundamentar ações como o cancelamento de passaportes, bloqueio de redes sociais e intimações para depoimentos à Polícia Federal. O gabinete de Moraes afirma que todos os procedimentos foram oficiais, regulares e documentados, com participação da Procuradoria Geral da República, e que os relatórios apenas descreviam postagens ilícitas nas redes sociais ligadas às investigações em curso no STF.
As mensagens trocadas entre os assessores de Moraes e do TSE revelam uma atuação coordenada para investigar e monitorar indivíduos considerados alvos, como apoiadores do presidente Bolsonaro. O conteúdo das mensagens sugere um uso questionável do aparato do Estado para influenciar investigações e processos judiciais, levantando debates sobre os limites éticos e legais das ações do Judiciário. A divulgação dessas práticas levanta preocupações sobre a independência e imparcialidade do sistema judiciário, alimentando controvérsias e demandando esclarecimentos sobre os procedimentos adotados no âmbito das investigações conduzidas pelo STF.