A região da Amazônia enfrenta uma crise ambiental sem precedentes, com queimadas descontroladas agravadas por uma seca extrema. Em agosto, uma densa nuvem de fumaça se espalhou por 11 estados brasileiros, cobrindo vastas áreas e elevando os registros de focos de incêndio para 28.697, um aumento de 83% em relação ao mesmo período do ano anterior. O total de queimadas em 2024 já alcançou 53.620 focos, o maior número registrado desde 2010.
Os estados do Pará, Amazonas e Mato Grosso são os mais afetados, concentrando mais de 80% das queimadas. O Pará lidera com 36% dos focos, seguido pelo Amazonas com 29% e Mato Grosso com 16%. Especialistas alertam que essas queimadas intensificadas estão prejudicando os chamados rios voadores, que transportam umidade essencial para o ciclo das chuvas na América do Sul. Em vez de umidade, essas correntes agora carregam grandes quantidades de fumaça, visível até do espaço.
Além dos impactos ambientais, a fumaça dos incêndios tem um efeito devastador na saúde pública, particularmente em áreas urbanas próximas às queimadas. As áreas afetadas mostram um aumento significativo na temperatura, muitas vezes coincidindo com a presença de estradas e cidades. A especialista Helga Correa, do WWF-Brasil, ressalta que a fumaça resultante das queimadas não só compromete a qualidade do ar, mas também acentua a crise ambiental e representa uma ameaça à saúde humana.