Um frigorífico localizado em Nova Araçá, na Serra do Rio Grande do Sul, foi condenado a pagar R$ 30 mil a uma auxiliar de produção após uma colega de trabalho tê-la chamado de “negra fedida”. A decisão, confirmada por unanimidade pela 7ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT4), segue a sentença do juiz Silvionei do Carmo, da 2ª Vara do Trabalho de Bento Gonçalves. A empresa pode recorrer da decisão.
O incidente ocorreu enquanto as funcionárias estavam na fila para retirar os equipamentos de proteção individual (EPIs). Uma testemunha relatou à Justiça que a ofensa foi proferida durante uma discussão e que a ofendida foi desencorajada por um superior a registrar boletim de ocorrência. A defesa da empresa alega que a situação envolveu apenas uma discussão entre colegas e que o episódio não reflete os valores institucionais da Agroaraçá Indústria de Alimentos Ltda.
O juiz responsável pelo caso destacou que a empresa falhou ao tratar o episódio de racismo com seriedade, agravando a situação da vítima ao punir ambas as partes igualmente. A auxiliar de produção foi desligada ao fim do contrato de experiência, e a colega que fez a ofensa também foi dispensada. A empresa reiterou seu compromisso com a igualdade e afirmou que a decisão não transitou em julgado, estando sujeita a recurso.