As ações de empresas de concessão pública de energia e saneamento, conhecidas como utilities, subiram 7% desde que as taxas reais brasileiras atingiram o pico em julho. No entanto, o Bank of America (BofA) identificou que o desempenho dessas ações não foi impulsionado apenas por fatores macroeconômicos. O banco diferenciou o impacto de fatores macro e micro na valorização das ações, analisando aspectos como taxas livres de risco, fluxo de caixa, beta e prêmio de risco de ações (ERP).
Entre as exceções micro identificadas, destacam-se as empresas Sabesp, Cemig, Isa Cteep e Auren. A alta das ações da Sabesp (+20% de alfa) é atribuída ao processo de privatização, enquanto a Cemig (+7% de alfa) se beneficia das expectativas de aumento de dividendos. Em contraste, as baixas da Isa Cteep (-12% de desempenho) e da Auren (-11% de desempenho) foram associadas a uma oferta secundária de ações e preocupações com a aquisição da AES, respectivamente.
O BofA também fez uma triagem para identificar riscos de alta e baixa entre as ações do setor. Para alta, destacam-se Eletrobras e Copel, que apresentam perspectivas positivas de lucros e dividendos. Já para baixa, Auren e Isa Cteep são vistas com cautela devido a alta alavancagem e valuation elevado. O banco acredita que os impactos de outros fatores setoriais são limitados, uma vez que os preços de energia devem aumentar moderadamente nos próximos anos e a maioria das empresas apresentou resultados do segundo trimestre em linha com as expectativas.