Nas últimas semanas, ONGs na Venezuela denunciaram abusos contra a imprensa durante o polêmico processo eleitoral, incluindo acusações infundadas de terrorismo contra jornalistas. Membros de partidos políticos foram detidos, aumentando as críticas à suposta repressão do governo de Nicolás Maduro. Entre os detidos estão figuras proeminentes da oposição, como Williams Dávila Barrios e Américo De Grazia, além de jornalistas e ativistas como María Oropeza e Freddy Superlano.
Após a proclamação de Nicolás Maduro como vencedor das eleições sem divulgação detalhada dos resultados, protestos eclodiram e diversos opositores foram presos na chamada operação Toc Toc, que também afetou cidadãos em geral. O Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Imprensa denunciou o uso de leis antiterrorismo contra jornalistas que cobriam os protestos, enquanto o Comitê para a Proteção dos Jornalistas pediu a retirada das acusações. A associação civil Espacio Público documentou casos de cancelamento de passaportes de jornalistas e efeitos na sociedade civil.
O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos expressou profunda preocupação com as detenções arbitrárias e o uso desproporcional da força na Venezuela após as eleições, destacando o clima de medo resultante. O procurador-geral Tarek William Saab afirmou que os detidos têm direito à defesa, enquanto o deputado Diosdado Cabello acusou jornalistas de serem agentes da CIA, sem apresentar provas. Organizações internacionais investigam possíveis crimes contra a humanidade relacionados às prisões.