Kylie Moore-Gilbert, uma acadêmica australiana-britânica especializada em ciências políticas do Oriente Médio, foi detida no Irã em 2018 após participar de uma conferência na cidade de Qom. Ela foi acusada de espionagem, um crime que sempre negou e nunca foi provado. Durante sua detenção, Moore-Gilbert passou mais de dois anos em confinamento solitário na prisão de Evin, conhecida por seus abusos de direitos humanos e por abrigar prisioneiros políticos.
A acadêmica enfrentou tortura psicológica severa, incluindo isolamento extremo e falta de previsibilidade, o que exacerbou sua agitação mental. Para lidar com a solidão e a incerteza, Moore-Gilbert desenvolveu estratégias de sobrevivência, como exercícios mentais e comunicação clandestina com outras detentas através de recados escondidos e canais de ventilação. Esses contatos foram cruciais para manter sua esperança e fornecer informações sobre sua situação.
Após uma intensa campanha pública e negociações diplomáticas, Kylie Moore-Gilbert foi libertada em novembro de 2020, em uma troca de prisioneiros que envolveu quatro países. Ao retornar à Austrália, ela passou por uma quarentena em um hotel, o que, curiosamente, facilitou sua reintegração gradual ao mundo exterior. Moore-Gilbert agora reflete sobre a importância da resiliência mental e da solidariedade em suas experiências de confinamento.