A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), vinculada à Organização dos Estados Americanos (OEA), divulgou um relatório sobre a grave crise na Venezuela. O documento, apresentado por Roberta Clarke ao Conselho Permanente da OEA, aponta o uso arbitrário da força, detenções ilegais, perseguição judicial, restrições à liberdade de expressão e obstáculos ao trabalho das organizações de direitos humanos. Clarke também relatou que pelo menos 23 pessoas morreram em conflitos pós-eleitorais, atribuídos às forças do Estado e grupos aliados.
O relatório denuncia a detenção arbitrária de opositores e o assédio a cidadãos que contestam os resultados eleitorais, que foram anunciados por autoridades alinhadas ao chavismo e ainda não publicaram as atas detalhadas das votações. A CIDH exige que o governo venezuelano cesse imediatamente a penalização e a perseguição de defensores dos direitos humanos, pedindo o restabelecimento da democracia e do Estado de direito no país.
A comunidade internacional, representada por embaixadores como Washington Abdala do Uruguai e Raúl Florentín do Paraguai, tem pressionado pela publicação das atas eleitorais e uma verificação imparcial das eleições. Enquanto isso, a Venezuela continua seu processo de retirada da OEA, embora o secretário-geral Luis Almagro afirme que o país ainda é um membro da organização.