A oposição na Venezuela enfrenta uma crescente dificuldade em manter sua resistência contra os resultados das eleições de 28 de julho, em meio a uma repressão intensa do governo. O Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) validou a vitória de Nicolás Maduro, enquanto o governo aplica restrições ao espaço civil através de detenções e ameaças contra partidos que não aceitarem a decisão. A oposição, liderada por figuras como María Corina Machado, busca recorrer à via legal e mobilizações internacionais, mas enfrenta um cenário complicado de repressão e pouca margem de manobra.
María Corina Machado convocou uma marcha em rejeição à decisão do TSJ, enquanto o chavismo celebrou a vitória. A oposição, segundo Benigno Alarcón da Universidade Católica Andrés Bello, deve continuar com a pressão interna e externa, mas as opções são limitadas. A diretora da Acceso a la Justicia, Laura Louza, defendeu um recurso de revisão da sentença, destacando a importância de tentar esgotar todas as vias legais disponíveis, embora acredite que o resultado não será alterado.
A repressão do governo continua com campanhas de detenção e intimidação, enquanto o presidente da Assembleia, Jorge Rodríguez, propôs uma nova lei que proibiria a participação de partidos que rejeitarem a decisão do TSJ. Luis Lander do Observatório Eleitoral Venezuelano apontou que a oposição está encurralada em um beco sem saída, com a situação se assemelhando ao contexto da Nicarágua. Alarcón acredita que uma negociação só será possível se o governo enfrentar uma ameaça significativa à sua estabilidade, enquanto a oposição luta para manter sua mobilização e protesto.