O Brasil reiterou nesta sexta-feira (23) que só reconhecerá os resultados das eleições na Venezuela após a divulgação das atas eleitorais. A analista Fernanda Magnotta apontou que a transparência exigida por Brasil e Colômbia dificilmente será atendida pelo governo venezuelano, liderado por Nicolás Maduro. Magnotta prevê que Maduro continuará a adiar qualquer concessão até onde puder, explorando seus recursos institucionais e apoio interno e internacional.
Magnotta também destaca que as tentativas do Brasil, da Colômbia e, anteriormente, do México de encontrar soluções para a crise — incluindo novas eleições ou um governo de transição — foram prejudicadas pela falta de cooperação do governo venezuelano. A dificuldade em obter as atas eleitorais e abrir diálogo compromete essas iniciativas e enfraquece a posição do Brasil como mediador.
Diante da provável continuidade do atual regime na Venezuela, Magnotta antecipa um cenário de intensificação da repressão e cerceamento das liberdades. Com as sanções econômicas demonstrando eficácia limitada, a analista sugere que uma resposta mais decisiva pode depender da liderança americana, que só deve tomar medidas significativas após suas próprias eleições.