Em 2023, os trabalhadores brasileiros deflagraram 1.132 greves, um aumento de 6,08% em relação ao ano anterior, conforme divulgado pelo Dieese. A maioria desses movimentos ocorreu na esfera pública, com o reajuste salarial sendo a principal reivindicação. Surpreendentemente, as privatizações não conseguiram conter as mobilizações dos trabalhadores, demonstrando a persistência das lutas trabalhistas no país.
As greves de 2023 totalizaram 42 mil horas paradas, sendo que a maioria foi encerrada no mesmo dia. As reivindicações se dividiram em categorias como propositivas, defensivas, em protesto e em solidariedade, com destaque para o reajuste salarial como a principal demanda dos trabalhadores. Embora a imprensa tenha coberto apenas uma parte das greves, a maioria das mobilizações resultou em algum tipo de êxito nas reivindicações, seja de forma integral ou parcial.
A análise mensal das greves revelou padrões, com destaque para a concentração de paralisações no início e fim do ano na esfera privada, enquanto março foi marcado por greves no funcionalismo público, especialmente na área da educação. As mudanças na legislação trabalhista e as privatizações não foram capazes de conter os movimentos dos trabalhadores, que enfrentaram questões como terceirização, vínculos precários e rebaixamento salarial, evidenciando a persistência das demandas por melhores condições de trabalho no Brasil.