A Câmara dos Vereadores de São Paulo aprovou em primeira votação o projeto de lei que permite a privatização da Sabesp, empresa responsável pelo abastecimento de água no estado. Com 36 votos a favor e 18 contrários, a proposta prevê que a capital paulista possa aderir à privatização mantendo os contratos com a companhia. Defensores do projeto, como o vereador Sidney Cruz, argumentam que a universalização do saneamento básico poderá ser alcançada até 2029, beneficiando milhares de pessoas, especialmente aquelas que atualmente enfrentam falta de água potável.
A vereadora Luna Zarattini, do PT, criticou a privatização da Sabesp, citando experiências negativas de privatização em outros estados. Ela argumenta que a transferência para a iniciativa privada pode não resultar em melhorias nos serviços prestados nem na redução das tarifas. O projeto, que já passou pela Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo em dezembro de 2023, prevê a venda da maior parte das ações da empresa, mantendo o governo estadual como acionista majoritário com poder de veto em certas decisões. Atualmente, metade das ações da Sabesp está sob controle privado, e a empresa atende 375 municípios com 28 milhões de clientes.
O texto destaca que a Sabesp registrou lucro de R$ 3,1 bilhões em 2022, com um valor de mercado de R$ 39,1 bilhões. A empresa está presente tanto na bolsa de valores brasileira (B3) quanto na Bolsa de Valores de Nova Iorque, nos Estados Unidos. Ainda não há data definida para a segunda votação do projeto na Câmara Municipal, que será decisiva para a privatização da companhia de saneamento básico em São Paulo.