Um estudo realizado na Unicamp revelou resultados promissores no uso de compostos encontrados no veneno da aranha-armadeira no combate ao câncer de mama. A pesquisa, liderada pela professora Catarina Rapôso e pela doutoranda Ingrid Trevisan, demonstrou que a combinação desses compostos com quimioterápicos retardou a progressão de tumores e melhorou o bem-estar de camundongos fêmea. As moléculas isoladas do veneno mostraram eficácia tanto no combate direto às células tumorais quanto na modulação do sistema imunológico, abrindo caminho para potenciais avanços no tratamento da doença.
Os resultados positivos obtidos em modelos celulares in vitro levaram à realização de testes em animais de laboratório, onde a segunda molécula isolada do veneno demonstrou redução significativa nos tumores mamários experimentais. A resposta imune dos animais tratados combinando a molécula com quimioterapia convencional foi especialmente notável, resultando em uma melhora no bem-estar e na receptividade dos tumores à resposta do organismo. O estudo agora avança para testes em cadelas com câncer de mama em clínicas veterinárias parceiras, visando futuros testes clínicos que possam evidenciar o potencial terapêutico desses compostos em seres humanos.
A pesquisa liderada por Rapôso e Trevisan reflete uma tendência crescente na indústria farmacêutica em buscar fontes naturais para o desenvolvimento de novos fármacos. O interesse por produtos naturais, impulsionado pelo avanço tecnológico, tem se destacado no desenvolvimento de medicamentos eficazes, especialmente no combate ao câncer. A terapia combinada, como a investigada nesse estudo, mostra-se como uma estratégia valiosa diante de uma doença complexa como o câncer, que demanda abordagens multifacetadas para um tratamento eficaz e promissor.