Em uma decisão histórica, o mais alto tribunal criminal da Argentina culpou o Irã pelo ataque fatal de 1994 contra o centro comunitário judaico AMIA em Buenos Aires. O tribunal declarou o atentado um crime contra a humanidade, atribuindo a responsabilidade ao grupo armado Hezbollah e apontando para um projeto político e estratégico do Irã. A sentença abre caminho para que as vítimas busquem justiça, permitindo que os parentes das 85 pessoas mortas e centenas de feridos processem a República Islâmica.
O presidente Javier Milei celebrou a decisão como um marco que encerra décadas de atrasos e encobrimentos. As autoridades argentinas há muito tempo afirmam a ligação do Irã com o ataque à AMIA, apontando também para um atentado anterior contra a embaixada israelense em 1992. Apesar das acusações e mandados de prisão da Interpol, o Irã se recusou a entregar os cidadãos condenados na Argentina, negando qualquer envolvimento nos ataques.
A importância dessas graves violações de direitos humanos foi destacada pelo juiz Mahiques, invocando o dever do Estado de garantir proteção judicial. A decisão do tribunal argentino foi recebida com entusiasmo pela comunidade judaica do país, abrindo a possibilidade para que os responsáveis sejam responsabilizados perante a justiça.