O Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou o julgamento de uma ação apresentada pelo PSB que questiona a legislação brasileira que restringe a realização de laqueaduras e vasectomias a mulheres e homens maiores de 21 anos, com pelo menos dois filhos. O partido argumenta que tais exigências são arbitrárias e representam uma interferência inadequada do Estado no planejamento familiar, indo contra tratados internacionais e princípios democráticos. A norma em análise foi contestada por violar direitos fundamentais e restringir a liberdade dos cidadãos no que diz respeito à sua fertilidade e reprodução.
A ação, apresentada em 2018, tem como relator o ministro Nunes Marques e levanta questões sobre a constitucionalidade das restrições impostas pela lei. O PSB e a Defensoria Pública da União argumentam que tais exigências afetam principalmente as mulheres, restringindo seus direitos sexuais e impactando sua dignidade. A alteração legislativa de 2022, que eliminou a necessidade de consentimento do cônjuge e reduziu a idade mínima para 21 anos, não foi suficiente para resolver as preocupações levantadas, segundo o partido. O debate em torno do caso ressalta a importância do respeito aos direitos reprodutivos e da não interferência do Estado em decisões individuais relacionadas à fertilidade e reprodução.
O processo em análise pelo STF será retomado em uma data ainda a ser definida, quando o relator e os demais ministros apresentarão seus votos. O debate sobre a legislação que regula a esterilização no Brasil destaca a necessidade de se garantir o respeito aos direitos fundamentais dos cidadãos, sem interferências indevidas do Estado. A decisão final da Suprema Corte poderá ter impactos significativos na proteção dos direitos reprodutivos e na garantia da autonomia individual em questões relacionadas ao planejamento familiar.