Sete em cada dez bancos brasileiros estão atualmente utilizando biometria facial para identificação de clientes, de acordo com a Pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária 2024. O estudo, conduzido pela Deloitte Consultoria, revela que a tecnologia de reconhecimento facial é uma das mais adotadas pelas instituições financeiras no país, seguida de perto pelo chatbot e pela automação de processos repetitivos.
Os bancos participantes da pesquisa manifestaram a intenção de priorizar a experiência do cliente, inovações tecnológicas, personalização de produtos, segurança cibernética e responsabilidade social. No entanto, preocupações surgem em relação à segurança do armazenamento de dados biométricos e ao potencial vazamento de informações. O Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) alerta para a necessidade de respeitar a Lei Geral de Proteção de Dados e permitir que os clientes escolham medidas de segurança menos invasivas do que a biometria facial.
Para garantir o cumprimento da LGPD e proteger a privacidade dos dados dos consumidores, o advogado do Idec, Lucas Marcon, recomenda que os clientes solicitem alternativas à biometria facial por escrito, caso não desejem utilizá-la. Ele orienta os consumidores a registrarem reclamações junto à Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) em casos de recusa dos bancos em oferecer opções menos invasivas. A ANPD planeja regulamentar o uso de biometria, e o aumento de queixas pode auxiliar na definição de diretrizes mais claras sobre o assunto.