Um estudo recente revelou a curiosa estratégia das fêmeas da espécie de mariposa bella em atrair parceiros por meio do uso de veneno proveniente de uma planta. Essas mariposas evoluíram para se alimentar de toxinas presentes na planta crotalária, utilizadas tanto como defesa contra predadores como para atrair potenciais parceiros. Os pesquisadores sequenciaram o genoma dessas mariposas, identificando genes que conferem imunidade às toxinas, além de investigar a origem e evolução da espécie.
As fêmeas de mariposa bella liberam uma nuvem de toxinas em aerossol quando estão prontas para acasalar, atraindo os machos por meio desse odor peculiar. Durante o ritual de acasalamento, os machos tocam suavemente a cabeça das fêmeas com estruturas contendo alcaloides pirrolizidínicos, essenciais para a reprodução. Para evitar os efeitos nocivos dessas toxinas, as mariposas desenvolveram uma enzima que neutraliza a molécula, garantindo sua sobrevivência. A presença de genes relacionados à desintoxicação e longevidade nas mariposas bella também foi observada, sugerindo uma possível relação entre a capacidade de lidar com toxinas e a longevidade desses insetos.
Os achados do estudo lançam luz sobre a fascinante adaptação das mariposas bella ao uso de veneno na atração de parceiros e proteção contra predadores. A descoberta das estratégias genéticas e comportamentais desses insetos amplia o conhecimento sobre a evolução e sobrevivência de espécies que desenvolvem relações complexas com compostos tóxicos na natureza. Essa pesquisa inovadora abre caminho para investigações futuras sobre a interação entre insetos e toxinas, bem como os mecanismos subjacentes à longevidade e adaptação dessas mariposas.