Uma pesquisa da ONG Visão Mundial revelou que a maioria dos imigrantes no Brasil, principalmente venezuelanos, enfrenta dificuldades para ingressar no mercado de trabalho, com 67,4% deles sem emprego. Mulheres são as mais afetadas, com apenas 42% empregadas, sendo que as mães sem trabalho são maioria. Os desafios incluem a burocracia para regularizar documentos, a necessidade de aprender um novo idioma e a dificuldade em revalidar certificados de escolaridade.
Anceliany Arbelay, uma imigrante venezuelana, compartilhou sua experiência de enfrentar a informalidade devido à falta de documentos quando chegou ao Brasil em 2022. Mesmo após obter seu Registro Nacional Migratório, ainda luta para regularizar sua documentação escolar e trabalhar em sua área de formação. A pesquisa aponta que 85,3% dos imigrantes não estão empregados em suas áreas de experiência original, com a maioria atuando informalmente como diaristas.
Apesar dos desafios, a pesquisa destaca que alguns imigrantes estão sendo inseridos no mercado de trabalho, com 27% em processo de interiorização em Roraima. A gerente de projetos da ONG Visão Mundial ressalta que, quando contratados, os imigrantes têm os mesmos direitos que os brasileiros, exceto pelo RG e título de eleitor. A falta de informação é um obstáculo, mas há esperança de melhoria no preparo do Brasil para receber esses trabalhadores estrangeiros.