Estudantes da Universidade Columbia, em Nova York, desafiaram a direção da instituição ao não dispersarem acampamentos de manifestações pró-Palestina, mesmo após o prazo estipulado para o fim das ações. Com ameaças de suspensão imediata aos participantes, a reitora Nemat Minouche Shafik anunciou a medida como consequência do fracasso nas negociações para desmobilização. As manifestações, que se iniciaram em 18 de abril, se espalharam por outras faculdades nos EUA e na França, resultando em mais de 700 detenções em todo o país.
A direção da Columbia também alertou que os estudantes envolvidos nas manifestações poderiam se tornar inelegíveis para completar o semestre letivo em boa situação, além de rejeitar o desinvestimento em ativos que apoiam o exército de Israel. Apesar disso, a universidade se comprometeu a investir em saúde e educação em Gaza, assim como a tornar seus investimentos diretos mais transparentes. A incerteza paira quanto às próximas medidas a serem tomadas para dispersar os manifestantes, que exigem desinvestimento em Israel, transparência financeira e anistia para os punidos por participação nos protestos.
O movimento de protestos pró-Palestina em universidades americanas, incluindo Columbia, Harvard e Yale, tem gerado tensões na comunidade acadêmica. Além das detenções e ameaças de suspensão, manifestantes em diversas instituições foram reprimidos pela polícia ao montarem acampamentos não autorizados. O cenário reflete a polarização em torno do conflito entre Israel e o grupo Hamas na Faixa de Gaza, com estudantes pedindo o corte de laços com Israel e empresas vinculadas à guerra, enquanto enfrentam críticas de setores que apontam para manifestações antissemitas e temores de insegurança nos campi.