O número de professores concursados nas escolas estaduais atingiu o menor patamar em uma década, em 2023, de acordo com estudo do movimento Todos Pela Educação com base em dados do Inep. Enquanto o número de concursados diminui, os contratos temporários aumentam, tornando-se a maioria nas redes estaduais de ensino. Essa tendência levanta preocupações sobre a qualidade do ensino, visto que o Plano Nacional de Educação estabelece a meta de que pelo menos 90% dos professores das escolas públicas tenham cargos efetivos, uma meta que deveria ter sido alcançada até 2017.
O estudo revela que a predominância de professores temporários em algumas redes de ensino pode impactar negativamente a aprendizagem dos estudantes, com diferenças de desempenho em matemática e língua portuguesa entre alunos que tiveram aulas com docentes efetivos e temporários. Além disso, a alta rotatividade docente, os processos seletivos menos rigorosos e as condições de trabalho precárias dos professores temporários são apontados como fatores que influenciam negativamente tanto os professores quanto os estudantes. A valorização docente e a necessidade de garantir concursos públicos adequados são destacadas como questões essenciais para a melhoria da qualidade da educação no país.
Diante dos desafios enfrentados nas escolas estaduais brasileiras, a importância de valorizar os professores e garantir condições adequadas de trabalho se torna evidente. A questão da alta proporção de professores temporários, em detrimento dos efetivos, levanta a necessidade de políticas que promovam a estabilidade e a qualidade do corpo docente, visando a melhoria da aprendizagem dos alunos. A atuação conjunta dos governos federal, estaduais e municipais é essencial para promover concursos públicos eficazes e assegurar um ensino de qualidade em todo o país.