Em audiência na Câmara dos Deputados, a coordenadora Cirlene Zimmermann do Ministério Público do Trabalho alertou para a falta de investimento em prevenção de acidentes, destacando que os jovens são os mais afetados, revelando uma lacuna na preparação educacional para um ambiente de trabalho seguro. Com mais de 600 mil notificações de acidentes de trabalho em 2022, incluindo 2,5 mil mortes, a necessidade de incluir noções de segurança e saúde no currículo da educação básica é ressaltada como uma medida crucial para reverter esse cenário preocupante.
Na mesma audiência, o deputado Bohn Gass denunciou a resistência das empresas em adotar regulações claras e objetivas para garantir a segurança dos trabalhadores, diante de um alarmante número de mais de 7,5 milhões de acidentes de trabalho notificados em uma década. Além disso, casos de condições de trabalho semelhantes à escravidão, como jornadas exaustivas e restrição de necessidades fisiológicas, foram evidenciados, ressaltando a urgência de medidas efetivas para proteger os direitos dos trabalhadores.
O debate também abordou o impacto do adoecimento psíquico no ambiente de trabalho, com doenças mentais ocupando o terceiro lugar nos afastamentos considerados acidentários entre 2012 e 2022. O presidente da Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho, Pedro Tourinho de Siqueira, destacou a importância de lidar com essa questão, ampliando o escopo das preocupações em torno da segurança e saúde no trabalho no Brasil.