O presidente de Portugal, Rebelo de Sousa, reconheceu a responsabilidade de seu país nos crimes cometidos contra escravos e indígenas durante a era colonial no Brasil. Após séculos de pressão da população negra, Portugal dá um salto no debate sobre a importância do assunto. A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, destacou a significância desse reconhecimento tanto para o Brasil quanto globalmente, ressaltando a importância dessa luta.
O gesto de Portugal foi motivado por cobranças da sociedade civil, incluindo movimentos de mulheres negras, em fóruns internacionais como o 3º Fórum Permanente para Pessoas Afrodescendentes das Nações Unidas. As organizações cobraram medidas efetivas de combate ao racismo e xenofobia em Portugal, além da inclusão do impacto do colonialismo brasileiro no currículo escolar português. Anielle Franco informou que está em contato com o governo português para colaborar na elaboração de ações concretas.
Rebelo de Sousa afirmou que Portugal deve pagar o preço pelos crimes cometidos, incluindo massacres aos indígenas, escravidão de milhões de africanos e saques de bens. Este é o primeiro reconhecimento oficial de culpa por um presidente português, marcando um momento histórico. O presidente ressaltou a importância de assumir a responsabilidade e buscar formas de reparação, destacando que reconhecer o passado é mais relevante do que simplesmente pedir desculpas.