Em abril, o real brasileiro registrou uma desvalorização significativa de 4,5%, superando outras moedas do G20. O cenário internacional, com choques econômicos e incertezas geopolíticas, contribuiu para a instabilidade nos mercados globais. A valorização do dólar americano em meio a expectativas de manutenção de taxas de juros mais altas nos EUA intensificou o impacto negativo nos investimentos ao redor do mundo.
O ministro da Economia, Fernando Haddad, atribuiu dois terços da desvalorização do real a fatores externos, porém, a moeda brasileira se depreciou mais do que outras em abril. O anúncio do governo brasileiro de não cumprir as metas de superávit fiscal até o final do mandato de Luiz Inácio Lula da Silva gerou preocupações nos mercados, afetando a confiança dos investidores. As projeções para a taxa Selic e a cotação do dólar foram revisadas, refletindo a mudança de perspectiva dos agentes de mercado diante do novo cenário econômico.
A combinação de fatores tanto externos quanto domésticos levou a uma revisão das previsões econômicas no Brasil, com expectativas de uma taxa Selic média de 9,13% para o final do ano. As repercussões da desvalorização do real e dos ajustes nas projeções financeiras evidenciam a sensibilidade dos mercados às políticas fiscais e monetárias, destacando a importância de um ambiente estável para o desenvolvimento econômico sustentável.