O novo presidente do Senegal, Bassirou Diomaye Faye, assumiu o cargo acompanhado de suas duas esposas, Marie Khone e Absa, em uma cerimônia que gerou debates sobre a poligamia no país. Com 32,5% das pessoas casadas no Senegal em relações polígamas, a prática tradicional entre os muçulmanos senegalenses foi destacada, apesar de críticas por contribuir para a discriminação contra as mulheres, conforme apontado por um relatório do Comitê dos Direitos Humanos da ONU.
A presença de duas primeiras-damas devido à poligamia do presidente Faye trouxe à tona discussões sobre tradições culturais, com defensores argumentando que a poligamia, assim como a monogamia ou poliandria, são modelos patrimoniais determinados pela história de cada povo. Contudo, críticos apontam para o sofrimento e a solidão das mulheres em relações polígamas, como descrito pela autora Mariama Ba em seu romance de 1979, “Uma Carta Tão Longa”.
Enquanto a poligamia do presidente Faye marca uma mudança de protocolo no mais alto nível do Estado senegalês, o tema continua a gerar debates na mídia e nas redes sociais do país. Com a poligamia sendo legal no Senegal e a homossexualidade punida com penas de prisão, a questão da igualdade de gênero e dos direitos das mulheres permanece em destaque, desafiando a sociedade a repensar tradições e normas culturais profundamente enraizadas.