O Conselho de Administração da Petrobras reuniu-se para decidir sobre a proposta de distribuição de 50% dos dividendos extraordinários da estatal, após polêmica envolvendo o represamento desses dividendos em março. A decisão de não pagar os dividendos extras levou a uma queda de R$ 55 bilhões no valor de mercado da empresa, gerando controvérsias com o governo federal. Após análise da capacidade de financiamento da Petrobras, o colegiado concordou em propor o pagamento dos dividendos extraordinários em 50%.
A retenção dos dividendos extraordinários provocou atritos no Conselho de Administração, com o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, sendo o único indicado pelo governo a se abster da decisão. A disputa interna refletiu a busca por influência na companhia entre o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e Prates. Apesar da pressão para sua saída, Prates obteve apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fortalecendo sua permanência no cargo.
Além da decisão sobre os dividendos, a Petrobras anunciou os nomes indicados pelo governo para o Conselho de Administração, em meio a eleições dos novos integrantes. Com a necessidade de recursos para manter o equilíbrio das contas públicas, a aprovação do pagamento dos dividendos extraordinários é vista como uma saída para o governo. A turbulência na governança da companhia e os embates internos entre os dirigentes refletem os desafios enfrentados pela estatal em um cenário econômico instável.